Antes do fim
Antes do fim
Por Fernando Gazzaneo fernando.gazzaneo@folhauniversal.com.br
Os
ponteiros do relógio ainda não marcavam 8h e o Hospital das Clínicas
(HC), em São Paulo, estava lotado. Do lado de fora e nos corredores,
pacientes aguardavam por atendimento. A agitação era a mesma no Núcleo
de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (Nadi). Naquela segunda-feira
de maio, a rotina de alguns dos profissionais do Nadi se desenrolaria
fora das dependências do hospital. Na parede do escritório, finas tiras
de papel presas em um mapa da cidade de São Paulo dão a dimensão do
trabalho: cada tira representa um dos cerca de 160 pacientes atendidos.
Todo dia, duas equipes – formadas por médico, enfermeira, assistente
social e fisioterapeuta – partem do HC para atender oito pacientes na
capital paulista. O motivo da visita é o mesmo: proporcionar conforto
físico e emocional para quem não pode mais contar com as chances de ser
curado. O trabalho do Hospital das Clínicas é exemplo de um atendimento
médico que tem ganhado força no País nas últimas 2 décadas. Equipes
multidisciplinares são formadas para trabalhar com os chamados cuidados
paliativos, que consistem em controlar a dor, proporcionar apoio
emocional e ajudar na preparação do doente e da família para a iminência
da morte. Naquele dia, a primeira paciente a ser atendida pelos
profissionais do Nadi foi a aposentada Neide Campos da Silva, que vive
com a filha na zona norte da cidade, e sofre de doença degenerativa que
ataca o sistema nervoso. O domicílio é frequentado pelos profissionais
do HC há 5 meses. Dadas as boas-vindas, é preciso que a equipe convença a
paciente de que é necessário verificar se o aparelho que a auxilia na
respiração está em perfeito estado. “Qualquer intervenção deve priorizar
o bem-estar de quem está doente”, diz a médica Angélica Yamaguchi,
responsável pelos cuidados médicos do Nadi. Angélica é geriatra, tem 38
anos e trabalha há pelo menos 13 deles com o atendimento de pacientes em
estágio avançado de alguma doença. “Estes são os pacientes que ninguém
quer mais atender e que são desprezados com todo seu histórico de vida”,
conta. Para lidar de forma tão próxima com fim da vida, como ela
relata, é preciso lidar com aquilo que todos os médicos tentam evitar: o
sentimento de impotência. “É claro que nos sentimos impotentes. Mas
tentamos focar na vida, ainda que esteja por um fio”, reflete.Como a
visita do Nadi acontece, geralmente, uma vez por mês, é preciso que a
equipe multidisciplinar se encarregue também de treinar algum familiar
para realizar os cuidados com o doente. A dona de casa Rosângela Lima
acompanha de perto a evolução da doença do filho Thiago, de 27 anos. Ele
sofre de uma distrofia muscular que o impossibilita de realizar sozinho
as atividades mais simples. A presença dos profissionais do Nadi é
motivo para que Rosângela comece a falar, quase sem pausas, do
sofrimento vivido.“Eu fico em casa o tempo todo. Não consigo sair de
perto dele porque a preocupação está aqui dentro, me acompanha pra onde
eu for.” Fora da casa, o tom da conversa entre a mãe e os profissionais é
mais tenso. “O meu medo é que ele piore, tenha que ser levado ao
hospital e nunca mais volte”, diz Rosangêla. Com cuidado, e firmeza, a
médica responde: “Mas isso pode acontecer mesmo. Nós estamos de
sobreaviso. Hoje, vimos que ele está respirando melhor, o que é ótimo”,
completa Angélica. Nem anos de experiência com terminais deixa os
integrantes do Nadi indiferentes . “A gente sofre porque acompanha um
paciente durante meses e, depois que ele morre, fica a sensação de
vazio. Mas preciso ter a serenidade para poder entrar no quarto ao lado,
onde está um outro em situação crítica, e encará-lo como se fosse
único”, relata a geriatra Ana Cláudia Arantes. A especialista trabalha
com pacientes terminais há mais de 10 anos e, além de coordenar o
treinamento de cuidados paliativos no Hospital Albert Einstein, de São
Paulo, é também fundadora da Casa do Cuidar, que desempenha atendimento
multidisciplinar semelhante ao do Nadi. “Na universidade, o que se
aprende é que o sucesso está vinculado à cura. Mas a partir do momento
que se entende que não há quem ganhe da morte, você encara o processo de
morte como parte da vida e que precisa de cuidados, como no
nascimento.” A médica Ana Cláudia exemplifica. “Quando você trabalhar
bem, oferecendo conforto físico e emocional para os doentes e
familiares, você vai encontrar todo mundo com os olhos vermelhos de
choro, mas com um sorriso estampado na face. De alguma forma, aquelas
pessoas estavam preparadas. Há uma tristeza pura, não contaminada, mas,
acima de tudo, há a certeza de que tudo foi feito.” Em meio a uma rotina
marcada por perdas, a impressão de Ana Cláudia é de estar diante (e
também de fazer parte) de um filme no qual a cena final é capaz de dar
significado a todo o resto da história: Valéria*, após dormir durante 4
dias seguidos sob o efeito de fortes sedativos, era capaz de acordar com
um sorriso enternecedor e pedir pão com mortadela e bacon frito para o
lanche, com um apetite de bela adormecida; a garota Joana*, que sofria
de leucemia, lotou o restaurante do hospital para o aniversário dela e
ainda arrumou disposição para ir aos shows de bandas de rock; Carla*,
com metástase (câncer generalizado), encarou de frente o tratamento e
brindava com uísque o início de todas as noites; e Júlio*, depois de
escalar montanhas e despencar de uma delas, considerou um passeio até o
café do hospital a melhor viagem da vida dele. São estas cenas simples,
recheadas de euforia, e vivenciadas pelos profissionais com os pacientes
terminais, que dão a ideia de que o filme todo valeu a pena. * Os nomes
dos pacientes foram trocados a pedido dos médicos
AMC (Associação de Mulheres Cristã)
AMC (Associação de Mulheres Cristã) promoveu um mega evento de
comemoração do 16ºaniversário da Fundação Casa de PARADA DE TAIPAS. Sra
Rosana Gonçalves Oliveira Presidente da AMC fez a abertura parabenizando
a unidade e o maravilhoso trabalho do Sr. Caio Rubens (diretor) e Sra.
Ana (Coordenadora Pedagógica) que tem feito para todas as internas.Um
excelente café da manhã foi servido á todos os convidados (diretor,
coordenadores, funcionários, internas, voluntárias da AMC e IURD), com a
belíssima apresentação artística do Projeto Guri e Internas (canto,
coral e percussão). A cantora Cristina Miranda alegrou a festa com
louvores, momento de descontração e muita felicidade.
Mais
surpresas, a atriz Karina Bacchi (Rede Record) fez uma manhã de
autógrafos, entregou a todas as internas seu livro "Código K" (feito
exclusivamente para jovens e adolescentes),
Mais louvores com a cantora Sula Miranda que deixou a seguinte recado:
hoje Deus pode mudar a sua história!!! Um grande coral foi feito pelas
adolescentes repetindo este refrão.
Também uma mensagem da AMC dizendo que o Pai nunca desiste, levando as internas à reflexão.
Um café especial foi oferecido para todas as
internas
A
cantora Isis Regina emocionou à todos com a canção Águas Cristalinas,
foi um lindo momento de adoração e louvor juntamente com o Pr. Geraldo
Vilhena (responsável pelo trabalho da IURD na Fundação Casa) .
tudo isso com muitos beijos e abraços.È benção, È benção, È benção! Parabéns Internato Parada de Taipas.
Na
sequência a jovem Vanessa de Oliveira Fonseca relatou seu testemunho,
que deixou sua juventude para ser garota de programa, vida vazia e
sofrimentos. Mas quando teve o encontro com o Sr. Jesus tudo foi
restaurado.
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